Escrito por Diego Pignones Thomas Sankara foi um militar de Alto Volta, antiga colônia francesa de exploração, sem acesso ao mar e com um...
Escrito por Diego Pignones
Thomas Sankara foi um militar de Alto Volta, antiga colônia francesa de exploração, sem acesso ao mar e com uma larga fronteira com o deserto ao norte. Sankara era um teórico marxista e pan-africanista que acreditava que a África podia resolver sozinha todos os seus problemas, porém o continente deveria ser um bloco unido em decisões e soberano em seu status de Estado.
O ano era 1983, o Capitão Thomas Sankara sobe ao poder e já inicia uma série de reformas sociais e econômicas. Para sinalizar ao mundo o momento do renascimento de seu país ele rebatizou o país para Burkina Faso (Terra dos Homens Íntegros).
Sua política internacional foi centrada no anti-imperialismo e na recusa de ajuda externa, assim, pretendia reduzir a dívida externa e a influência do FMI. Ainda no pacote de reformas econômicas, Capitão Sankara, nacionalizou todas as terras e riquezas minerais.
No campo social, houve um esforço concentrado na prevenção da fome através do incentivo à auto-suficiência agrária, forte campanha nacional de alfabetização, promoção da saúde pública e gratuita. Além disso, promoveu uma grande campanha de vacinação contra a meningite, febre amarela, sarampo e pólio.
O modelo socialista pan-africanista de Sankara, promoveu um choque cultural na sociedade burquinabê ao reforçar o compromisso com os direitos das mulheres, através da proibição da mutilação genital feminina, dos casamentos forçados e da poligamia. O líder ainda nomeou mulheres aos altos cargos do governo e incentivou a geração de empregos ao sexo feminino em isonomia de gêneros.
No entanto, a revolução burquinabê chamou a atenção dos países capitalistas, da metrópole Paris e daqueles que lucram com África retrógrada. Logo foi articulado um plano para rachar o poder em Burkina Faso e ‘tirar Sankara de cena’. O renascimento da nação pelas mãos de um jovem considerado o ‘Che Guevara africano’ estava sendo muito bem visto pela população de outros países do continente e havia o ‘risco iminente’ de a revolução se espalhar.
O resultado da maligna articulação dos inimigos da África foi um golpe de estado e o assassinato de Thomas Sankara encabeçado por seu amigo Blaise Compaoré. O corpo do Capitão Thomas Sankara foi desmembrado e rapidamente enterrado em uma vala comum. Compaoré reverteu as nacionalizações, derrubou quase todas as políticas revolucionárias e devolveu o país ao jugo do FMI.
Sankara estava preso ao seu modelo de governo, suas convicções e sua conduta, para tanto que quando difamado por seu traidor, os apoiadores de Compaoré invadiram sua casa. Chegaram a uma casa simples, onde tinha um automóvel modesto, quatro motocicletas velhas, três violões, uma frigideira, pouquíssimos e surrados móveis e uma geladeira estragada. Examinando os documentos oficiais do governo de Burkina Faso referentes ao salário de Sankara, constataram que o salário mensal do Capitão era de 450 dólares.
O documentário “Thomas Sankara – O Homem Íntegro” promove um resgate do processo revolucionário e da experiência social da democracia participativa burquinabê. No filme, o legado de Sankara, desprezado por Compaoré, ressuscita através de imagens originais e depoimentos de líderes africanos, jornalistas, membros do governo revolucionário e estudantes.
Thomas Sankara foi um militar de Alto Volta, antiga colônia francesa de exploração, sem acesso ao mar e com uma larga fronteira com o deserto ao norte. Sankara era um teórico marxista e pan-africanista que acreditava que a África podia resolver sozinha todos os seus problemas, porém o continente deveria ser um bloco unido em decisões e soberano em seu status de Estado.
O ano era 1983, o Capitão Thomas Sankara sobe ao poder e já inicia uma série de reformas sociais e econômicas. Para sinalizar ao mundo o momento do renascimento de seu país ele rebatizou o país para Burkina Faso (Terra dos Homens Íntegros).
Sua política internacional foi centrada no anti-imperialismo e na recusa de ajuda externa, assim, pretendia reduzir a dívida externa e a influência do FMI. Ainda no pacote de reformas econômicas, Capitão Sankara, nacionalizou todas as terras e riquezas minerais.
“Viver
africano para viver livre e digno” – Thomas Sankara
No campo social, houve um esforço concentrado na prevenção da fome através do incentivo à auto-suficiência agrária, forte campanha nacional de alfabetização, promoção da saúde pública e gratuita. Além disso, promoveu uma grande campanha de vacinação contra a meningite, febre amarela, sarampo e pólio.
O modelo socialista pan-africanista de Sankara, promoveu um choque cultural na sociedade burquinabê ao reforçar o compromisso com os direitos das mulheres, através da proibição da mutilação genital feminina, dos casamentos forçados e da poligamia. O líder ainda nomeou mulheres aos altos cargos do governo e incentivou a geração de empregos ao sexo feminino em isonomia de gêneros.
No entanto, a revolução burquinabê chamou a atenção dos países capitalistas, da metrópole Paris e daqueles que lucram com África retrógrada. Logo foi articulado um plano para rachar o poder em Burkina Faso e ‘tirar Sankara de cena’. O renascimento da nação pelas mãos de um jovem considerado o ‘Che Guevara africano’ estava sendo muito bem visto pela população de outros países do continente e havia o ‘risco iminente’ de a revolução se espalhar.
O resultado da maligna articulação dos inimigos da África foi um golpe de estado e o assassinato de Thomas Sankara encabeçado por seu amigo Blaise Compaoré. O corpo do Capitão Thomas Sankara foi desmembrado e rapidamente enterrado em uma vala comum. Compaoré reverteu as nacionalizações, derrubou quase todas as políticas revolucionárias e devolveu o país ao jugo do FMI.
Sankara estava preso ao seu modelo de governo, suas convicções e sua conduta, para tanto que quando difamado por seu traidor, os apoiadores de Compaoré invadiram sua casa. Chegaram a uma casa simples, onde tinha um automóvel modesto, quatro motocicletas velhas, três violões, uma frigideira, pouquíssimos e surrados móveis e uma geladeira estragada. Examinando os documentos oficiais do governo de Burkina Faso referentes ao salário de Sankara, constataram que o salário mensal do Capitão era de 450 dólares.
“Pode-se
matar líderes revolucionários, mas as idéias permanecem” – Thomas Sankara,
semanas antes de seu assassinato.
Vale a pena conferir:
Anotação na Margem:
- Blaise Compaoré ainda é o
presidente de Burkina Faso;
- Texto escrito ao som
de Never Mind The
Bollocks dos Sex Pistols.
Diego Pignones
Publicitário e pesquisador em
Comunicação Social.
Twitter: @diegopignones
Tumblr: http://lavalanga.tumblr.com/
Blog: http://diegopignones.posterous.com
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